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Mobilidade: tendência para o negócio
Léia Machado 21/07/2011
A penetração dos serviços de mobilidade no ambiente corporativo tem crescido exponencialmente nos últimos anos, porém ainda existe um mercado potencial significativo. Segundo o instituto de pesquisa IHS, a venda global de aplicativos móveis deverá movimentar cerca de US$ 4 bilhões em 2011. Já a receita de celulares inteligentes deve crescer em 45%, para US$ 23 bilhões neste ano, de acordo com dados divulgados pelo Consumer Electronics Association.
Diante desses crescentes números, o setor de negócios está passando por grandes mudanças em seus ambientes internos, tendo que se adaptar a novas questões como aplicações, serviços, acesso, risco e segurança. “A mobilidade é hoje uma grande força computacional na ponta. Sem dúvida nenhuma é uma tendência tecnológica transformadora para os negócios”, afirma Renato Improta, executivo sênior da área de Mídia Digitais e Mobilidade da Accenture.
Em uma pesquisa de penetração de tablets no País, a Fros & Sullivan indicou que 21,4% das empresas entrevistadas já haviam investido nesses dispositivos, principalmente para visualizações de arquivos e envios de e-mails. Além disso, o uso de ferramentas para força de vendas e campanhas de marketing são as movimentações mais comuns dentro das empresas que já contam com a mobilidade no seu dia a dia. Contar com este novo aliado mostra a satisfação de 77% dos usuários.
Aplicações
Questionado sobre até que ponto a mobilidade traz novas aplicações para o negócio, Renato Pasquini, analista sênior de Telecomunicações da Frost & Sullivan, aponta voz como serviço mais comum para as empresas. “A competição está trazendo novas ofertas com comunicação ilimitada de voz por uma mensalidade fixa, como no caso do push-to-talk, planos intrarrede e rede privada virtual (VPN de voz). Com a integração de operadoras fixas e móveis no Brasil é provável que ofertas de convergência fixo-móvel sejam lançadas, impulsionando mais este mercado”, diz.
Na parte de dados, correio eletrônico e visualização de arquivos como contratos e planilhas estão entre os serviços mais utilizados pelos executivos. Uma tendência de mercado é transformar alguns módulos dos ERPs em uma plataforma móvel, para que o gestor possa tomar a decisão de onde ele estiver. Além disso, o mercado de Business Intelligence também está se movendo para os dispositivos móveis com algumas informações sendo transportadas para os devices.
“Essas aplicações são direcionadas por um aumento da conectividade de banda larga móvel. Porém, novas aplicações como machine-to-machine (M2M) estão tendo um desenvolvimento considerável e espera-se que o número de aplicações M2M cresça muito nos próximos anos”, aponta Pasquini.
Tendência
De modo geral, as empresas estão começando a discutir o melhor caminho para a adoção da mobilidade. Este planejamento é feito dentro de cada departamento, analisando as necessidades dos negócios e dos usuários. “A mobilidade consegue enxergar todos os processos da empresa”, diz Improta. Na opinião de Bruno Rossi, diretor de Consultoria da ASM para a América Latina, as novidades na mobilidade ficam por conta do mercado de consumo para usuários finais.
“Os serviços oferecidos para usuário final acabam sendo refletidos no universo corporativo, pois os funcionários, que já têm experiências de mobilidade fora da companhia, querem viver a mesma experiência dentro da empresa. É um movimento natural de introdução de novas tecnologias, no qual as organizações precisarão se adequar a essa realidade e aproveitar esse ambiente para fazer negócio”, acrescenta.
O mobile payment é outra novidade que está mais presente no dia a dia das pessoas e, em breve, das companhias. Uma pesquisa da KPMG mostrou que 83% dos entrevistados de uma pesquisa sobre o assunto apontaram que a utilização do serviço de pagamento pelo celular será usado em quatro anos, outros 46% foram além das expectativas dizendo que será em dois anos.
Segurança
Um dos desafios para a mobilidade é se mostrar segura e conquistar a confiança do usuário, dentro e fora da companhia. Além disso, os funcionários precisam estar atentos as políticas da empresa. Um estudo da McAfee apontou que, embora um número cada vez maior de consumidores utilize dispositivos móveis para atividades profissionais e pessoais, uma grande parcela desconhece a política da empresa em relação ao uso de devices.
Richard Power, membro honorário do CyLab da Universidade Carnegie Mellon, autor do relatório da McAffe diz: “Os dispositivos são mais do que extensões da estrutura tecnológica, eles são extensões do usuário. A maneira como os usuários interagem com os dados pessoais reflete a forma como eles pensam que podem interagir com os dados corporativos”, diz.
De fato estudos mostram que a mobilidade está entra os principais projetos de tecnologia das empresas para este ano. O atual cenário mostra que áreas de negócio e departamental estão tentando entender essas tendências para ver qual melhor tipo de aplicação que vai efetivamente fazer mudança no negócio. “Enxergamos estágios diferentes. Há empresas que estão mais preparadas outras estão testando essas novas tecnologias e há empresas que estão começando agora a ver esses serviços”, finaliza Improta.